quarta-feira, 23 de outubro de 2013

30-day Book Challenge - Dia 16

Oi, bonitinhos!

Hoje é dia de meninos e meninas:

Personagem feminina favorita

   Minha personagem feminina preferida é de uma leitura bem recente, mas eu estou muito apaixonada por ela. Ela é a protagonista do The Mill on the Floss, da George Eliot, que conta a história de dois irmãos, a Maggie e o Tom Tulliver. Como o enredo do livro envolve toda a vida dos dois, desde a infância até a vida adulta, eu não vou explicar tudo o que acontece. É suficiente saber que eles são muito conectados, mas a maneira como cada um vê a relação com o outro é bem distinta. O Tom é bem mais moralista, a Maggie mais apaixonada.
   E é por isso que eu gosto tanto dela. Acho que não conhecia nenhuma personagem que fosse tão intensa e não me irritasse por causa disso. Normalmente, quando há um retrato de alguém muito cheio de paixão, ela acaba passando um lado muito mesquinho ou egoísta. Não é o que acontece com a Maggie. Ela sente as coisas muito profundamente (seja amor ou ódio), mas não é insensível aos outros.


   Essa é a grande sacada da Eliot no romance, e o que deixa o final num impasse, algo impossível de ser resolvido. Se ela se deixasse levar somente pela razão ou pela emoção, a trama se resolveria para um lado ou para outro – mas ela não consegue. E isso é tão sofrido, tão tenso, que o fim só pode ser como é no livro.
   Além disso, as cenas em que ela aparece se apaixonando são AS melhores. A George Eliot tem uma arte de fazer com que a gente se coloque naquela situação eletrizante de se interessar por alguém junto com a protagonista – o que faz o livro ficar ainda mais poderoso, e a personagem ainda mais apaixonante. Eu não gostaria de ser a Maggie, mas eu sou com certeza uma apaixonada por ela.


Edição que eu li:



















Título: The Mill on the Floss
Autor: George Eliot
Editora: Penguin
Ano da primeira publicação: 1860


Qual a personagem feminina favorita de vocês?

Beijocas

30-day Book Challenge - Dia 15

Oi, bonitinhos!

O tema de hoje é um chuchu:

 Personagem masculina favorita

Jamie (da série Outlander, de Diana Gabaldon)

   O critério de escolha de hoje foi o mais besta possível: qual cara eu gostaria de "dar uns pegas". Sinto muito, eu sei que eu deveria ter um insight e falar sobre alguma personagem complexa que me fizesse ver o mundo de maneira diferente, me colocando numa perspectiva masculina que se opõe à minha experiência como mulher. NÃO VOU FAZER ISSO. Tenho dois motivos: um sério e feminista, o outro de fã enlouquecida.
   Primeiro, falemos sobre o sério. Acho que uma das maiores contribuições da teoria feminista para a literatura foi mostrar o quanto nós mulheres nos vemos obrigadas a lermos como homens se vamos escolhemos obras “canônicas” da literatura universal. A grande maioria dos livros que são considerados “os melhores” têm protagonistas homens, falando sobre sua vida como membros do sexo masculino não vou entrar na discussão sobre o que é sexo/gênero, ok?. Raramente temos, nesse tipo de obra, expressões da experiência feminina, pois, na maioria dos casos, a mulher é colocada no lugar do “outro”, do algo que é tanto inalcançável quanto incompreensível, tendo a função de um simples objeto de desejo ou de um prêmio de consolação. Assim, se eu fosse escolher a personagem masculina que eu mais gosto a partir do critério de identificação, eu estaria, em certa medida, repetindo um tipo de leitura da qual eu não acredito que eu possa me beneficiar. Embora eu acredite que é possível se identificar com qualquer personagem independentemente do seu gênero, eu não queria passar a mensagem de que eu “sou” essa personagem, ou que eu queria ser. Enfim, é uma posição que eu escolhi adotar, mas aceito críticas e comentários, beleza?

   Segundo critério: eu tenho um sério caso de fangirling1 com o Jamie. Ele é lindo, alto, ruivo, honesto, corajoso, gentil, escocês, usa kilt, fala gaélico... O que mais uma mulher pode pedir? Ele não é perfeito, mas pensando que ele nasceu no século XVIII, a mentalidade dele já é bem avançada para o seu tempo.
Para quem não conhece Outlander, é uma série de romances históricos, que falam sobre a Claire Beauchamp, uma enfermeira da década de 40 que viaja no tempo e vai parar no século XVIII, no meio das revoltas jacobitas escocesas. Pode parecer bobinho, mas é surpreendentemente bem escrito. Eu acho que a série se estende demais (atualmente são oito romances de mais de 700 páginas cada), mas as personagens são bem trabalhadas e é interessante para aprender um pouco mais sobre a história da Escócia.
Escócia! Escócia!

   O Jamie é o cara por quem a Claire se apaixona quando vai para o século XVIII. Ele é membro do clã dos Mackenzies por parte de mãe, e dos Frasers por parte de pai. A história dele é meio atribulada, e ele tem um arquiinimigo, Jack Randall, que é um ascendente do marido da Claire no século XX. Parece novela mexicana, mas é tri bom, ok?
   Eu não vou dar mais motivos do porque eu amo o Jamie, pois vocês têm que ler o livro – ou ver a série, que parece que vai sair logo e tem o ator mais lindo do planeta.

Edição que eu li:






















Título: A Viajante do Tempo
Autor: Diana Gabaldon
Editora: Rocco
Ano da primeira publicação:

1- Fangirling: sabe as meninininhas que desmaiavam quando um beatle passava perto delas lá nos anos 60? Isso é fangirling.


E vocês, qual a personagem masculina que mais gostam?

beijocas

30-day Book Challenge - Dia 14

   Oi, bonitinhos!

   O tema do post número 14 é:

Um livro que baseou um filme horrível

   Jane Eyre - Charlotte Bronte

   Michael Fassbender que me perdoe, mas o Jane Eyre é muito ruim. O livro é maravilhoso: cheio de elementos simbólicos interessantes, numa trama que dá vontade de ler, com personagens contraditórios e situações de conflito tensas. E o que faz a adaptação de 2011? Deixa tudo meio bege, meio vago (de um jeito ruim); nem o coisa-querida do Fassbender salva alguma coisa.

Não chora, querido, eu ainda te amo.

   A Jane é interpretada pela Mia Wasikowska, que fez uma boa Alice no filme do Tim Burton, mas que está muito fraquinha como a governanta do Mr. Rochester.  Eu não gostei da parte de Thornfield, e gostei menos ainda da parte que ela fica com os Rivers. O St. John, por falar nisso, tinha que ser mais bonito (e mais loiro) que o Rochester – é uma parte importante da discussão da Charlotte no romance que se perde nesse filme.
   Se alguém quiser ver uma boa adaptação de Jane Eyre, eu recomendo a série da BBC com o Toby Stephens (que é filho da Lady Maggie Smith) e que faz o MELHOR Mr. Rochester. Tem também uma adaptação de 1944 em que o Orson Wells interpreta o Rochester, mas essa eu nunca assisti inteira.

Um gostinho da série pra vocês,


Edição que eu li:


















Título: Jane Eyre
Autor: Charlotte Bronte
Editora: Harper Press
Ano da primeira publicação: 1847

Qual filme vocês acham que estragou a história do livro?


Beijocas

terça-feira, 22 de outubro de 2013

30-day Book Challenge - Dia 13


   Oi, bonitinhos!

   O tema do dia 13 era:

Seu autor favorito

   O post de hoje já foi respondido num vídeo que eu fiz esses tempos. Vou deixar o link como resposta:


   Qual o autor favorito de vocês?


Beijos

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

30-day Book Challenge - Dia 12

  Oi, bonitinhos!

  Hoje a temática anda meio negativa. Vamos ao segundo post:

Um livro que você ama e odeia ao mesmo tempo: 

   Pastoral Americana - Phillip Roth

   Eu tenho uma relação complexa com o Phillip Roth: ao mesmo tempo em que eu reconheço o valor dos livros dele, não consigo chegar ao ponto de gostar de verdade do que ele escreve. Eu não li tantas coisas assim (ok, eu só li dois livros), mas o que eu li me causou a sensação de “é bom, mas... meeeh”.
No Pastoral Americana, em particular, a reação foi “é lindo, mas... grrrrrrr”. Explico: as primeiras partes são muito, muito boas. O narrador da história – Zuckermann - é uma personagem que se repete em alguns livros dele, e é um velhinho escritor meio deprê, mas que é fácil de simpatizar e a gente compra a história dele ligeiro. Ele aparece mais na primeira parte do livro, mas some à medida que a narrativa entra mais fundo na vida do Seymor Levov, o Sueco, grande ídolo do Nathan Zuckermann durante a escola.
   A segunda parte é a vida do Sueco, focada principalmente na relação dele com a filha. Essa parte é a melhor do livro todo. A gente entende o que aconteceu de errado com os Levov, mas ao mesmo tempo parece inevitável que aquilo acontecesse – não dá pra atribuir culpa a ninguém (pelo menos eu não consigo). Além disso, o texto é todo tão bem cuidado, tão arrumadinho, que dá um prazer imenso de ler – mesmo quando as passagens são chocantes.


   Entretanto, nem tudo são flores. Eu odiei a terceira parte: é chata, cansativa, repetitiva, e termina num vazio que me fez ter vontade de atirar o livro na parede. Por um lado, me foi apontado que esse efeito era intencional, que o que o Roth queria nessa parte era mostrar que a vida é chata, cansativa e vazia. Por outro, um cara que escreveu aquela segunda parte perfeita não devia me fazer sentir assim – é malvado da parte dele.  Como a pergunta era sobre como eu me senti, e não sobre o quão habilidoso o autor é, eu achei que devia colocar esse livro como resposta para a pergunta do dia. Ainda assim, eu tenho consciência da inteligência e da qualidade da obra do Roth... só não tenho culpa de achar que ele devia ser mais bonzinho comigo.

Por quê, Roth? Por quê?


Edição que eu li:














Título: Pastoral Americana
Autor: Phillip Roth
Editora: Companhia das Letras
Ano da primeira publicação: 1997


E vocês, qual livro amam e odeiam ao mesmo tempo?


Beijinhos

30-day Book Challenge - Dia 11

   Oi, bonitinhos!


   Mil desculpas pelo sumiço - andei enrolada com os estudos, mas já estou de volta. Vou tentar recuperar os dias perdidos essa semana, ok? O primeiro tema, do dia 11:

Um livro que você odiou


   Cinquenta Tons de Liberdade - E. L. James

   Eu não costumo ter preconceitos literários. Sou daquelas pessoas que lê tudo que atravessa o meu caminho, buscando ou algo que seja desafiador intelectualmente ou só algo que me divirta.



   Assim, quando saiu o boom da saga dos cinquenta tons, eu pensei: “Vou ver qual é”. Li o primeiro livro achando muito fraco, mas entendendo a sensação (nem todo mundo está acostumado a ler cenas de sexo tão explícitas, e quando elas são bem escritas é uma sensação o que não é o caso, mas ok). Li o segundo achando já muito ruim, mas livros dois de trilogias são sempre mais fracos, então enfrentei uma leitura dinâmica pra chegar ao final da série. Consegui começar o terceiro, SÓ QUE É MUITO RUIM! Não terminei o livro porque a narração é tão ridícula, o tema é tão abobado, a maneira como ela lida com a situação da mulher é tão esdrúxula que eu abandonei a leitura.

Não li e fiquei feliz... hahah

   Depois eu descobri que o livro era uma fanfic de Crepúsculo. Aí tudo ficou mais claro: Crepúsculo já é um livro bem meia boca, logo, outro romance baseado nele só podia ser ruinzinho. O que mais me apavora, no entanto, é a quantidade de gente que lê essa besteira para não dizer esse cocô. Eu entendo alguém querer uma leitura fácil, mas se submeter a uma leitura tão ruim e ainda pagar por isso... não entra na minha cabeça. Anyway, cada um sabe de si, leiam o que vocês quiserem, MAS É MUITO RUIM – deixemos isso claro.

   Vou parar por aqui pra não avacalhar mais o negócio.



   Qual o livro que vocês mais odiaram na vida?


Beijinhos

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

30-day Book Challenge - Dia 10

   Oi, bonitinhos?

   O livro de hoje tem gostinho de casa:

Um livro que te lembra de casa

   O Continente, de Erico Verissimo.

ah, que saudade...

   Foi difícil decidir o livro de hoje. Fiquei muito dividida entre falar de novo do Harry Potter ou escolher o Continente. Meus critérios para escolher o Erico foram os seguintes: 1) HP já estava cansando, 2) eu não queria repetir uma mesma série em mais de dois tópicos, 3) o meu conceito de casa para os livros da Rowling e do Verissimo são diferentes, mas se for pensar na minha casa no sentido mais estrito, é meio óbvio - eu nunca morei em outro lugar que não o Rio Grande do Sul.
   Para quem não sabe, O Continente é a primeira parte da trilogia de O Tempo e o Vento. O romance (bem longo, dividido em duas partes na maioria das edições) narra a história da família Terra Cambará, desde o tempo das Missões Jesuítas até a Revolução Federalista de 1893. Ele é dividido em sete partes: "A Fonte", "Ana Terra", "Um Certo Capitão Rodrigo", "A Teniaguá", "A Guerra", "Ismália Caré" e "O Sobrado". Cada uma das seis primeiras partes é intercalada por um trecho de "O Sobrado". 

Vou fazer uma arte e pular o resumo agora, então não pude deixar passar o sorrisinho do Tiago Lacerda, que (sou só eu que acha?) está incrivelmente parecido com o Tarcisão nesse gif. 
   Eu poderia ficar explicando aqui o que cada uma das partes conta, mas só de escrever o nome já me dá uma saudade e uma vontade de reler que meu peito aperta (ok, não chega a tanto, mas quase). Vou me esquivar de contar a história do romance para dar os motivos de escolher esse livro pra hoje, mas quem quiser saber sobre o que se trata [pesquisa no google] pode assistir ao filme do Jaime Monjardim, O Tempo e o Vento, que, pelo que me consta, é a história só do Continente (eu ainda não assisti). 
   De qualquer modo, voltemos ao foco: eu escolhi esse livro para hoje porque (1) ele foi uma das leituras mais marcantes da minha adolescência: foi com ele que eu aprendi que literatura brasileira podia sim ser interessante (a literatura que a gente lê na escola pode ser tão maçante...). (2) Ele fala sobre o Rio Grande do Sul, e descreve algumas coisas com as quais eu me identifico muito - tanto para o bem, quanto para o mal. (3) Ele tem personagens femininas muito fortes, que me lembram muito de pessoas da minha família - e, para mim, família = casa. (4) Toda vez que eu releio alguma parte dele, eu me sinto de volta pro meu aconchego, trazendo na mala bastante saudade, querendo um sorriso sincero, um abraço de um certo capitão Rodrigo e da sua Bibiana pra aliviar meu cansaço e toda essa minha vontade. E isso é voltar pra casa. 

Ok. Confesso. Eu fui escutar a música, abri esse gif e acabei chorando lembrando do livro... #feels


Edição que eu li:







































Título: O Continente
Autor: Erico Verissimo
Editora: Companhia das Letras
Ano da primeira publicação: 1949


Filme:























E pra vocês, queridos, qual livro lembra de casa?


Beijoquinhas

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

30-day Book Challenge - Dia 9

   Oi, bonitinhos!

   O tema de hoje seria aplicável a muitos livros, foi difícil escolher um, mas vamos lá:

Um livro que você achou que não ia gostar mas acabou amando

   Stoner, do John Williams.

   A minha história com esse romance foi a seguinte: eu tenho um amigo que tinha lido esse livro, amou, e queria muito que eu lesse. Como eu gosto bastante de ler coisas indicadas pelos meus amigos, eu peguei o Stoner emprestado dele e fui ler durante uma viagenzinha. E comecei odiando.


   Os primeiros capítulos são muito chatos - nada acontece, as personagens não são interessantes, eu não consegui simpatizar com o que acontecia - nada. Eu odiei um pouco o meu amigo por me indicar um livro tão chato, mas sabendo que ele gostava de mim e não queria que eu sofresse, continuei a leitura, esperando que melhorasse. E a minha reação começou a ser:

"Ah, entendi. Bem esperto."
E depois chegou num ponto:



E terminou com:
"Por que você está nos fazendo sentir essas coisas?"

   Porque o livro é LINDO! É a história de um cara (o mr. Stoner) que vem de uma família super simples, vai para faculdade para estudar alguma coisa tipo agronomia, mas se apaixona por literatura e segue por esse caminho. Ele não é brilhante, ele não é interessante, ele não tem nada de mais. Só que justamente por isso, a gente acaba se identificando com o cara: todas as conquistas e os problemas dele são tão comuns, mas tratados com tanta delicadeza e tanto cuidado pelo narrador que tomam uma dimensão muito mais ampla.
   No fundo, o livro, para mim, trata de como a vida é feita de amor, indiferença, desengano e vaidade. E como o sentimento de culpa na verdade não leva a lugar nenhum.
   O livro narra toda a vida do Stoner, então vai de antes da Segunda Guerra até os anos 60, 70 (não lembro ao certo agora). É bem interessante de ver a percepção que ele tem da guerra e a influência que ela tem na vida dele - que é ao mesmo tempo crucial e desimportante. Também é legal de ler sobre como funciona a academia - todas as picuinhas e bobagens que acontecem nesse meio.
   Enfim, o livro é maravilhoso. Até os primeiros capítulos depois se justificam como refletindo a completa aridez da vida do protagonista. Se você tem coragem de passar por esse caminho pedregoso, o final faz o sofrimento superável e você acaba se sentindo demais por ter terminado um romance tão bom.


Edição que eu li:


















Título: Stoner
Autor: John Williams
Editora: NYRB Classics
Ano da primeira publicação: 1965


E vocês, têm algum livro que acharam que iam odiar mas acabaram amando?

Beijinhos

terça-feira, 8 de outubro de 2013

30-day Book Challenge - Dia 8

   Oi, bonitinhos!

   O post de hoje é sobre:

O livro mais superestimado


   Antes de qualquer coisa, eu quero dizer que eu amo o Saramago, ok? Tem mais livros dele que eu gosto do que não gosto. Ainda assim, Caim me irrita bastante. 
   Para quem não sabe, a história do livro é uma releitura da passagem de Caim e Abel, em que a personagem principal, Caim, acaba sendo amaldiçoada e vaga pela terra, testemunhando várias passagens bíblicas e atestando a falta de noção de Deus. É parecido com o que o autor fez no O Evangelho segundo Jesus Cristo, mas não tem nem metade do poder do outro livro. 
O que, Saramago, o que...

   Enquanto as perguntas que José e Jesus se fazem no Evangelho são bem fundamentadas no enredo, a personagem do Caim é muito rancorosa contra Deus, e me parece meio birrenta. Nada fica tão bem construído quanto no romance anterior, muitas das situações parecem ou muito inverossímeis ou muito exageradas. 
   No entanto, o livro não é ruim, mas bem mediano, e perto do resto da obra do Saramago fica muito bobinho. Mesmo assim, tem gente que acredita que porque foi escrito pelo José Saramago, ganhador do Nobel, tem que ser maravilhoso, etc, etc. Não é. Acho que até mesmo o Viagem do Elefante, que não tem nada de mais, é melhor do que o Caim, porque, pelo menos, é mais divertido. 
Eu, lendo esse livro.



Edição que eu li:

















Título: Caim
Autor: José Saramago
Editora: Companhia das Letras
Ano da primeira publicação: 2009

E vocês, qual livro consideram mais superestimado?

Beijinhos


segunda-feira, 7 de outubro de 2013

30-day Book Challenge - Dia 7

   Oi, bonitinhos!

   Hoje estou aqui pra falar rapidinho de risos, porque o tema de hoje é:

Um livro que te faz rir

   Acho que não é muito comum um livro nos fazer rir de verdade, gargalhando alto - e olhando pros lados para ver se alguém viu, mas eles existem. Eu me lembro de uma cena bem particular, enquanto eu lia o O Xangô de Baker Street, do Jô Soares, em que o Sherlock tem uma diarreia por causa de uma feijoada (a cena é hilária), e eu estava lendo na sala de espera de um consultório médico, não consegui me segurar, e soltei uma gargalhada que fez todo mundo largar as revistinhas. 
   O livro todo não é tão engraçado quanto essa cena, mas ela vale a pena toda a leitura, porque fez eu me torcer por dentro de tanta risada guardada.
   Peço desculpas pelo post de hoje ser curtinho, mas faz muito tempo que eu li esse romance e não estava muito inspirada para lembrar de toda a história.

Não reli, desculpa aê galeris!

Edição que eu li:



















Título: O Xangô de Baker Street
Autor: Jô Soares
Editora: Companhia das Letras
Ano da primeira publicação: 1995


Qual livro faz vocês rirem?

Beijocas

domingo, 6 de outubro de 2013

30-day Book Challenge - Dia 6

   Oi, bonitinhos!

   Terceiro e último post do dia:

Um livro que te deixa triste

   Esse não foi difícil de achar. Acho que a literatura está cheinha de livros que ou nos deixam tristes ou nos arrasam completamente. O livro que eu escolhi é o The Remains of the Day (Os Resíduos do Dia), do Kazuo Ishiguro, que é um escritor inglês que nasceu no Japão, ou japonês que morou a vida toda na Inglaterra (como vocês preferirem).
   Ele conta a história de um mordomo (tipo Carson, do Downton Abbey) que, depois da Segunda Guerra, acaba trabalhando para um americano, e como isso faz com que ele tenha que rever toda a maneira como ele vê a própria vida.

   O sr. Stevens é um mordomo às antigas, super leal à família e com um senso de classe muito aguçado. Quando todas essas coisas mudam depois do fim da guerra, ele se encontra perdido num mundo que ele já não reconhece mais, e se pergunta se as escolhas que ele fez foram corretas ou não. No começo do romance ele tem a oportunidade de fazer uma viagem pelo interior da Inglaterra, para encontrar uma antiga colega de trabalho, Miss Kenton - um antigo amor não vivido. 
   A verdade é que, para mim, toda essa busca pela própria história pela qual o Stevens passa ao longo do romance é uma das trajetórias mais dolorosas que eu já li. Não que tenham ocorrido grandes tragédias ao longo da vida dele, mas o modo como ele olha para o passado e parece apontar para os momentos em que as escolhas que ele fez não foram as mais corretas me faz pensar muito em como a infelicidade é uma possibilidade constante na nossa vida. A gente pode estar tentando fazer a coisa mais certa, tentando o nosso melhor, e do mesmo jeito acabar dando tudo errado e a nossa vida pode ser desperdiçada nesses detalhezinhos que parecem, à primeira vista, sem importâncias, mas que na verdade definem o nosso futuro. Acho que esse livro é um grande lembrete de que qualquer um pode ser infeliz por qualquer motivo, e que nem sempre essas coisas são completamente explicáveis - simplesmente nos tornamos infelizes.
   Por isso esse livro me faz me sentir assim:

Edição que eu li:

Título: The remains of the day
Autor: Kazuo Ishiguro
Editora: Faber and Faber
Ano da primeira publicação: 1989


Tem um filme de 1993 com o Anthony Hopkins como Stevens e a Emma Thompson como Miss Kenton. Eu não assisti ainda, mas tenho muita vontade.

















Qual livro deixa vocês infelizes?

Beijinhos, até amanhã.

30-day Book Challenge - Dia 5

   Oi, bonitinhos!

   Segundo post de hoje:

Um livro que te faz feliz

   Achei um pouco difícil responder essa pergunta. Não que eu não ria e me divirta com os livros, mas me fazer rir não é a mesma coisa que me fazer feliz. Eu tinha pensado em botar nesse critério o Little Women (Mulherzinhas), da Louisa May Alcott, mas eu não sei se eu fico muito feliz com partes do livro...


   Então decidir por outro livro que eu bati palminhas na última vez que eu terminei de ler: Pride and Prejudice (Orgulho e Preconceito), da Jane Austen. 
   Todos os livros da Jane Austen me deixam feliz no final (talvez Mansfield Park não), mas Orgulho e Preconceito tem o final tão bonitinho e tão engraçado que me faz ficar MUITO feliz. Primeiro, porque a Lizzie e o Darcy ficam juntos, e é uma coisa que a gente espera desde o começo do livro e quando acontece é muito bom. Depois, porque a Jane e o Bingley ficam juntos, e eles são tão queridos, merecem tanto, qua a Jane Austen nos faz acreditar que há justiça no mundo. Por fim, porque a reação da Mrs. Bennet ao casamento da Elisabeth é tão engraçada que eu passo o último capítulo todo rindo lembrando das cenas anteriores. 
E porque, né... Darcy feelings.

Edição que eu li:

Título: (The Complete Novels) Pride and Prejudice
Autor: Jane Austen
Editora: Penguin
Ano da Primeira Publicação: 1813

Qual livro deixa vocês felizes?

beijinhos

30-Day Book Challenge - Dia 4

Oi bonitinhos!

Viajei no fim de semana e fiquei sem acesso ao meu computador, então não pude postar nos últimos dias. Vou tentar me recuperar agora postando três seguidos. O primeiro post:

O livro favorito de sua série preferida


O meu livro favorito da série Harry Potter é Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban. Acho que de todos, esse é o primeiro livro que relativiza um pouco mais o que é o bem e o mal (ou quem é do bem ou do mal) e como as aparências podem ser enganadoras, e também adoro que o Harry fica mais independente.

Nesse romance, o Harry está indo para o terceiro ano de Hogwarts, e o padrinho dele, Sirius Black, foge da prisão bruxa, Azkaban, onde ele estava preso desde logo depois da morte dos Potter, para ir atrás do afilhado. A partir desse ponto, o menino tem que procurar conhecer mais sobre a sua própria história e a de seus pais para entender porque Sirius estava preso antes e agora, com a fuga, se tornava um tipo de ameaça. [péssimo resumo, mas eu não quero dar spoilers se alguém não leu o livro ou viu o filme - e chegou de uma viagem para Marte recentemente]
Acredito que essa é a razão da história ser tão boa: nós leitores acabamos conhecendo muito mais da trajetória dos pais do Harry, e acabamos entendendo melhor o porquê eles foram mortos. Também somos apresentados às melhoooores personagens, Remus Lupin e Sirius Black, que são uns queridos. Acho que o quarteto dos Marotos são as personagens mais interessantes da série toda (junto com o Snape), porque têm histórias de vida tão cheias de contradições e tensões mal explicadas. [Talvez isso seja um reflexo do foco narrativo ser centrado no Harry, porque os nossos pais sempre são figuras um pouco misteriosas pra gente - talvez Freud explique].

Último motivo porque eu gosto tanto desse livro: EU AMO O HAGRID! Sem mais. 



Edição que eu li:


















Título: Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban
Autor: J. K. Rowling
Editora: Rocco
Ano de Publicação: 2000



E vocês, qual o livro favorito da sua série favorita?

Beijinhos

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

30-day Book Challenge - Dia 3

   Oi bonitinhos!

   Hoje o critério é o mais fácil de todos:

Sua série favorita

Harry Potter, óbvio... que pergunta!!!

   Eu nasci em 1991, então eu peguei o começo dessa onda de séries que entrou no mercado juvenil, e peguei justamente a mais forte delas, o fenômeno Harry Potter. Acho que a minha experiência de formação de leitora, ao mesmo tempo que bastante comum para o pessoal da minha época, é um tanto quanto ímpar no sentido de ser um momento bem único da história da literatura juvenil. Explico: eu comecei a ler (livros que não fossem dos Pingos) relativamente na mesma época em que lançaram o Harry Potter no Brasil, e acompanhei os lançamentos do Prisioneiro de Azkaban em diante. Eu tinha de mais ou menos dez anos (perto da idade do Harry na Pedra Filosofal) e tive a oportunidade de rezar para que uma coruja trouxesse a minha carta de Hogwarts no meu aniversário de 11 anos. 
   A verdade é que eu (como várias pessoas da minha idade) amadureci junto com a série, e eu gostava tanto de ler os livros (vejam o número de vezes que eu li cada um no post de ontem), que era como se as personagens fossem mesmo meus amigos. Além disso, todo mundo na escola lia Harry Potter e escrevia fanfics - sim, eu também - e eu tive muitas oportunidades de fazer amigos a partir desse vício em comum. 


   Ser da geração Harry Potter significou definir todos os meus amigos pelas casas (Grifinória para os corajosos, Lufa-lufa para os queridinhos, Corvinal para os inteligentes, Sonserina para os espertinhos); saber todos os nomes de feitiços e para que eles serviam (e fazer piadas com isso); ter um lugar para viajar mentalmente em todas as aulas chatas do ensino fundamental e médio; e, enfim, conhecer um texto tão a fundo que eu poderia descrever todas as personagens e os enredos de todos os livros sem precisar fazer esforço nenhum (até hoje). Depois de um tempo, eu parei de ser tão viciada e comecei a ler outros livros e a gostar de outras coisas também, e essa série ficou como algo da minha adolescência, mas toda vez que eu converso sobre esse assunto com alguém a minha obsessão volta um pouquinho.

Minha reação toda vez que um adolescente acha que sabe mais de Harry Potter do que eu, mas na verdade só viu os filmes.
  De modo geral, eu acho que a série é ideal para pré-adolescentes e adolescentes que precisam aprender a lidar com o mundo, porque funcionou muito para mim, para me ajudar a organizar o meu mapa de mundo mais inicial. Não acho que sejam os melhores livros de todos os tempos, nem que sejam obras literárias impressionantes, mas os livros são muito bem pensados e bem escritos, e ecoam muito nas experiências que podemos ter nessa idade meio complicada pela qual as personagens principais passam. Também tenho uma admiração enorme pela criatividade da J. K. Rowling, porque criar um mundo todo de forma tão coerente e detalhada é um trabalho monumental, que merece muito ser reconhecido.

 Por isso que essa é, e sempre será, a minha série favorita.

Edição que eu li:
















Título: Harry Potter
Autor: J. K. Rowling
Editora: Rocco


Qual a série preferida de vocês?

beijinhos, até amanhã

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

30-day Book Challenge - Dia 2

    Oi bonitinhos,

    O tópico de hoje é mais fácil que o de ontem, mas tenho muitas considerações a fazer sobre ele:


Um livro que você leu mais de três vezes

   Em primeiro lugar, eu queria deixar claro que acredito que a releitura deve ser praticada com moderação: nem todos os livros são feitos para serem relidos, e a maioria na verdade não é. Dito isso, eu também gostaria de acrescentar que eu só aprendi essa regrinha depois de anos de reler livros como se fossem músicas no repeat. A maioria parte do que eu li antes dos 15 anos, eu li trocentas vezes. 
    A série que eu (obviamente) mais reli foi Harry Potter (livro 1 - 14 vezes; livro 2 - 12; livro 3 - 10; livro 4 - 7; livro 5 - 4; livro 6 - 2; livro 7 - 1), mas eu não queria falar sobre essa série hoje, porque eu vou falar sobre ela amanhã, então só deixei vocês com um gostinho da minha obsessão de adolescência. Uma outra série que eu gostava bastante nessa época era O Diário da Princesa, da Meg Cabot. Portanto, hoje eu vou falar sobre o livro mais rosa da minha coleção: O diário da princesa.


   Para quem não viu o filme da Disney e não leu o livro, O diário da princesa conta a história de Mia Thermopolis, uma menina adolescente comum que acaba descobrindo que é, na verdade, uma princesa de um pequeno país europeu chamado Genovia. No filme, o pai dela havia morrido e ela morava com a mãe em São Francisco. No livro, o pai dela tem câncer nos testículos e não pode ter outros filhos, então ela se torna a sucessora ao trono. É um livrinho bem divertido (principalmente quando você é uma guria de 13 anos) e eu li ele pela primeira vez na praia, numa só tarde, trancada no quarto porque estava com infecção estomacal. 
   

  Depois disso, eu li a história da Mia mais umas 3 ou 4 vezes - toda vez que eu precisava achar que podia virar uma princesa também (confessem, quem nunca quis? isso vale pra vocês também, guris). Eu acho que eu nunca acabei de ler a série toda - li o segundo e o terceiro, mas depois já começou a ficar meio chato, porque a narradora é muito cansativa, e a história não tem mais muito pra onde ir. O texto é em forma de diário, então a gente fica bem próximo dos pensamentos da Mia, e, depois de um certo tempo, esses pensamentos são sempre os mesmos. Enfim, os outros livros da série me decepcionaram bastante (deu pra reparar?), mas o primeiro era bonitinho e eu me divertia bastante imaginando como eu agiria se fosse a personagem principal. 

Edição que eu li:
Título: O Diário da Princesa
Autor: Meg Cabot
Editora: Record
Data da primeira publicação: 2000


   E vocês, qual livro já leram mais de três vezes?

   beijinhos