terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Os 10 mais de 2013

Oi, bonitinhos!

Com o final do ano de 2013, resolvi entrar na onda dos blogs sobre livros e fazer a minha listinha dos dez melhores livros que eu li no ano. Eles não estão na minha ordem de preferência, mas eu gostei mais de uns do que de outros. Vamos à lista?

#1 - The Mill on the Floss [O Moinho à Beira do Floss] - George Eliot

Amei tanto esse livro que o meu projeto de dissertação do mestrado tem ele como objeto de estudo. O romance conta a história da Maggie Tulliver (sobre a qual eu falei nesse post aqui), e, entre outras coisas, seu relacionamento conturbado com o irmão, Tom. A George Eliot tem um jeito lindo de fazer descrições, principalmente porque consegue expressar muito bem os sentimentos das personagens, sem se tornar clichê ou careta. As discussões que o livro traz sobre o papel da mulher, o que ela pode ou não fazer em relação a um amor, são muito sensíveis. Além disso, o dilema da personagem principal entre fazer o que é certo para sua razão e o que é certo para seus sentimentos coloca para o leitor um impasse que é muito difícil de resolver. 

Fotinha da George Eliot pra vocês curtirem ;)

#2 - Atonement [Reparação] - Ian McEwan

Mais uma leitura relacionada ao mestrado. O McEwan é um mestre da narrativa. Li poucos escritores que tivessem tanto controle do romance. A história do envolvimento de Briony Tallis no amor da irmã Cecilia por Robbie Turner é ao mesmo tempo revoltante e emocionante. Eu odiei muito a narradora, Briony, por boa parte do livro, só para no final me apaixonar por ela. Um dos melhores do ano.
A Briony (Saoirse Ronan) do filme do Joe Wright



#3 - Shame [Vergonha] - Salman Rushdie

Indicado pelo meu amigo Luca Bittarello, marcou uma guinada pra leitura de livros bons esse ano. É um livro do indiano Salman Rushdie (de quem eu não conhecia nenhum romance ainda), que se parece muito com o Cem anos de Solidão do García Marquez. O história traça a trajetória de duas famílias inimigas em um país relativamente novo, que é um Paquistão fictício. O tema principal, retratado no título do livro, Vergonha, é alvo de inúmeras discussões ao longo dos acontecimentos do enredo. Eu adoro os elementos mágicos da história, e as cenas poderosíssimas que o autor cria quando fala principalmente das personagens mulheres. 

Rushdie com carinha de "sou f**a"

#4 - The History of Love [A História do Amor] - Nicole Krauss

Fiquei apaixonada por esse livro. É a história de um senhor judeu, Leo Gursky, que escapou da Polônia invadida pelos nazistas e veio morar em Nova Iorque, cruzada com a história de Alma, uma menina judia cujo pai morrera de câncer. Além de serem ambos da mesma religião, as duas personagens acabam tendo as trajetórias que se encontram por causa do livro "A História do Amor". O romance intercala narrações de Alma, de Leo e do irmaozinho da menina, Bird. O modo como o livro é narrado lembra bastante o Extremely loud, Incredibly close (Extremamente alto, Incrivelmente perto), do Jonathan Safran Foer, que é marido da Nicole Krauss. Os dois romances foram lançados em 2005 e são ambos maravilhosos. 

"Era uma vez um garoto que amava uma garota, e a sua risada era uma pergunta que ele queria passar a vida toda respondendo." <3

#5 - Beloved [Amada] - Toni Morrison

Outra leitura para o mestrado. Eu já tinha lido o A Mercy (Compaixão), e tinha gostado bastante. Beloved (Amada) é muito melhor. A prosa da Toni Morrison é, por vezes, quase poesia; a forma do romance vai se moldando de acordo com o foco narrativo, e o leitor, apesar de ficar um pouco perdido de vez em quando, fica muito mais sensível à história. No entanto, vocês não precisam achar que, porque é poético, o romance de Morrison seja daquelas pedreiras que só intelectuais gostem de ler. A história Sethe e suas filhas, a meu ver, emociona e envolve qualquer leitor, principalmente porque lida com o tema da memória da escravidão - uma questão que toca bem fundo. 

A Oprah Winfrey como Sethe na adaptação de Beloved de 1998 ("Bem-Amada" em português)

#6 - Bliss & Other Stories - Katherine Mansfield

Um livro de contos, para variar um pouco a minha lista. A Katherine Mansfield é uma escritora da Nova Zelândia do começo do século XX - e uma contista e tanto. O livro Bliss & Other Stories (Felicidade e outros contos) traz contos que analisam momentos de profunda importância para as personagens. Quase sempre eles lidam com retratos do cotidiano, mas o foco na vida interior dos envolvidos faz com que uma simples compra de cerejas signifique bem mais do que o esperado. A sensibilidade de Mansfield foi, para mim, até um pouco assustadora: a lente pela qual ela enxerga e retrata o mundo é de uma agudeza ímpar. O conto Bliss, principalmente, entrou para a minha lista de favoritos. 

A Katherine lendo um livrinho pra vocês se inspirarem ;)

#7 - The Brief Wondrous Life of Oscar Wao [A fantástica breve vida de Oscar Wao] - Junot Diaz

A fantástica breve vida de Oscar Wao foi tão bom de ler que eu até fiz um vídeo sobre a minha leitura. Deixo o link para quem não chegou a ver.















#8 - Maus - Art Spiegelman

Eu não sou uma leitora muito assídua de quadrinhos. Aliás, 2013 foi marcado pela minha entrada nesse mundo dos romances gráficos (que dá pra definir em linhas gerais como quadrinhos mais longos e em forma de livro). E que entrada! Li Habibi, do Craig Thompson, que encanta pela qualidade artística, li Watchmen, escrito pelo Alan Moore e ilustrado pelo David Gibbons, um clássico do gênero, li Persépolis, da Marjane Sartrapi, que está mais abaixo nessa lista, e li Maus, do Art Spiegelman, que me deixou impressionada. Além das soluções interessantes que ele acha para a representação das diferentes etnias, retratando os nazistas como gatos, os judeus como ratos, os poloneses como porcos, etc, a história em si é incrível. Não apenas pelos acontecimentos (que são relativamente comuns em memórias sobre a Shoá), mas pela maneira como o escritor retrata o processo de escuta e reflexão sobre as memórias do próprio pai. O pai, Vladek, é um personagem extremamente contraditório - se, por um lado, ficamos encantados com sua resiliência, por outro nos exasperamos, assim como Art, com sua teimosia. O romance é um relato rico e complexo sobre o modo como o trauma da perseguição dos judeus se refletiu na relação entre pai e filho.

A ilustração dos quadrinhos


#9 - The Virgin Suicides [As Virgens Suicidas] - Jeffrey Eugenides

Eu adoro o Jeffrey Eugenides. Li o A Trama do Casamento no ano passado e adorei, e agora li o As Virgens Suicidas, que achei tão bom quanto (ou até melhor, não me decidi ainda). Este romance trata da história dos cinco suicídios das irmãs Lisbon, vistos pelos olhos dos meninos que eram apaixonados por elas. Eu achei muito interessante que, quando as meninas aparecem contracenando com os garotos, suas personalidades são mais verossímeis e até meio comuns. No entanto, quando o narrador conjectura sobre o que aconteceria dentro da casa dos Lisbon, as meninas se transformam em seres mais etéreos e quase míticos. De um modo geral, o romance é uma bela reflexão sobre o modo como lidamos com situações que nos são estranhas e levemente intoxicantes.

O filme da Sophia Coppola

#10 - Persepolis [Persépolis] - Marjane Satrapi

Finalmente, o décimo dos meus preferidos do ano foi Persépolis, da iraniana Marjane Sartrapi. Não foi tão bom quanto Maus, mas as linhas simples das ilustrações e as relações do enredo com a história do Irã (que não me era muito familiar) me cativaram bastante. Além disso, a discussão sobre o direito das mulheres em países islâmicos é extremamente relevante para o mundo atual, e a autora consegue levantar a questão com muita sinceridade, a partir de sua experiência pessoal.

Os quadrinhos foram adaptados para o cinema e o filme foi dirigido por Sartrapi e por  Vincent Paronnaud


Então, aproveitando que hoje é 31 de dezembro, desejo a todos vocês um 2014 cheio de ótimas leituras, e que a gente possa trocar uma ideia sobre elas aqui no blog. :)

Beijão

sábado, 28 de dezembro de 2013

30-day Book Challenge - Dia 30

Bonitinhos: 

Finalmente terminei o desafio. Peço desculpas por ter levado tanto tempo. O último texto, número 30, o mais difícil de todos:

Seu livro favorito de todos os tempos

O Continente - Erico Verissimo


Como é difícil escolher o livro preferido. Eu gosto muito de vários livros a ponto de colocá-los nesta posição também. Decidi com os seguintes critérios: eu precisava ter lido o livro mais de uma vez (li O Continente duas vezes, espero reler pela terceira logo); ele tinha que ter marcado a minha trajetória de alguma maneira (este romance foi uma das muitas razões pelas quais decidi ingressar no curso de Letras); e, finalmente, ele precisava me fazer ter vontade de entrar na história (de certo modo, eu sempre me senti um pouco parte da história do Continente, por ele ter tantos elementos que me lembram da minha própria família).

Assim, cheguei a conclusão que o primeiro romance da obra de Erico Verissimo era a escolha certa. Como já falei dele em outro post, vou colocar aqui o link para o meu outro texto

Edição que eu li:






































Título: O Continente
Autor: Erico Verissimo
Editora: Companhia das Letras
Ano da primeira publicação: 1949



Espero que vocês gostem dos post. Obrigada por me lerem até aqui ;)

Beijos

30-day Book Challenge - Dia 29

Oi, bonitinhos!

O penúltimo número, 29:

Um livro que todo mundo odiou e você gostou

As Intermitências da Morte - José Saramago

Difícil essa escolha. Decidi escolher um livro que várias pessoas acharam sem sal, mas eu gostei. O Intermitências da Morte fala sobre o dia em que a Morte decide parar de trabalhar. A primeira parte do livro, em que a figura da morte não é tão presente, é muito melhor que a segunda parte. A narração do Saramago, como sempre, é cheia de ironias e detalhes engraçados, e as personagens que aparecem são bem interessantes. 
Não é, no entanto, um dos meus livros preferidos do autor (nem de longe), mas é uma leitura rápida, fácil, que serve para pensar um pouquinho sem ser muito aprofundada. Além disso, a segunda parte, da morte femme fatale, é engraçada também, apesar de mais fraca que a primeira. Talvez se o autor tivesse seguido com o tom dos primeiros capítulos, o livro fosse melhor, mas assim como é acredito que tenha se tornado uma leitura mais leve.


Edição que eu li:




















Título: As Intermitências da Morte
Autor: José Saramago
Editora: Companhia das Letras
Ano da primeira publicação: 2005

sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

30-day Book Challenge - Dia 28

Olá, bonitinhos!

O número 28:

Título de livro favorito

Guerra e Paz - Liev Tolstói / O Tempo e o Vento - Erico Verissimo

Eu gosto de títulos pequenos que falem muita coisa. Atonement, Shame, Pride and Prejudice, Todos os Nomes, Grande Sertão: Veredas são todos exemplos que eu aprecio porque são simples e fortes. E hoje eu tive que roubar um pouquinho e escolher dois, porque, para mim, são os melhores nomes de livros possíveis.
Guerra e Paz de Liev Tolstói e O Tempo e o Vento de Erico Verissimo são duas obras gigantescas que buscam compreender a sociedade de uma determinada época em sua completude. Seus títulos, entretanto, se limitam a duas palavrinhas que são iguais a todas as coisas. Não é maravilhoso? Para dois autores tão produtivos, o poder de concisão que exercem na nomeação de seus trabalhos é impressionante.
Além disso, são expressões gostosas de falar, e me parecem muito impactantes – principalmente combinadas com a extensão de páginas de cada obra.


Edições que eu li/tenho:




















Título: O Tempo e o Vento
Autor: Erico Verissimo
Editora: Companhia das Letras
Ano da primeira publicação: 1949 (O Continente), 1951 (O Retrato), 1962 (O Arquipélago)




















Título: Guerra e Paz
Autor: Liev Tolstói
Editora: Cosac Naify
Ano da primeira publicação: 1865-1869

Que tipo de títulos vocês gostam? Quais os seus favoritos?

30-day Book Challenge - Dia 27

Oi, bonitinhos!

O número 27 é "surpreendente":

O final ou a reviravolta de enredo mais surpreendente

A Torre Negra - Stephen King

Eu tinha muito medo de ler Stephen King. Eu li, por indicação do meu namorado ainda no ensino médio, o Insônia, que é fraquinho, e fiquei uns três dias sem dormir. Então, quando eu comecei a ler a série A Torre Negra (por algum instinto masoquista, certamente), foram muitas e muitas noites sem dormir, por todas as 4000 páginas dos sete livros.




A série conta a história de Roland de Gilead, um pistoleiro em um mundo pós-apocalíptico, que está à procura de uma torre (negra) – e, ao mesmo tempo, à procura de si mesmo e de sua própria história. No último livro, A Torre Negra, ele, obviamente, chega ao objeto da sua busca. E o final – que o autor adverte que o leitor não leia – é a coisa mais maluca de todos os livros que eu li. Não é nada horrível, mas é, ou foi para mim, surpreendente, e me fez ter vontade de ler toda a série de novo.
Se você tiver coragem, eu aconselho a ler essa série. A escrita do autor é muito fluída, os enredos dos livros são eletrizantes, as personagens são bem feitas. Vale cada página.

Edição que eu li:





















Título: A Torre Negra
Autor: Stephen King
Editora: Objetiva
Ano da primeira publicação: 2004


Qual foi a maior reviravolta de enredo ou o final mais surpreendente que vocês já leram?


30-day Book Challenge - Dia 26

Olá, bonitinhos!

O número 26 é:

Um livro que mudou sua opinião sobre algo

As Boas Mulheres da China - Xinran

Eu não consegui pensar em nenhum livro que transformasse a minha visão do mundo completamente, então escolhi o As Boas Mulheres da China, de Xinran, uma jornalista chinesa. O livro é o resultado de uma coleta de relatos, das décadas finais do século XX, sobre a situação das mulheres chinesas modernas. O livro é chocante. Então, eu mudei de opinião do “zero” para alguma coisa de certos aspectos da cultura chinesa.
A prosa de Xinran é um pouco mais poética do que estou acostumada quando leio não-ficção, e algumas metáforas que ela usa são ao mesmo tempo assustadoras e lindas. Uma das histórias, logo no começo, fala de uma menina que era abusada pelo pai, e que sentia tanta falta de um toque carinhoso que, quando estava no hospital tratando de um espancamento, ficava feliz de ser tocada pelas patas de uma mosca. Esses tipos de relatos que transbordam de dor e resiliência são a tônica do livro.
Essa foi uma experiência de leitura que me fez ver, com mais clareza, como o problema da dominação da mulher ainda é uma questão pungente na sociedade contemporânea. Não consigo apagar o choque que me causaram algumas histórias, que são de revirar o estômago. Admiro bastante a autora por procurar articular esses traumas de forma tão clara e tocante. É uma leitura um pouco pesada, mas foi muito significativa para mim.


Edição que eu li:

















Título: As boas mulheres da China
Autor: Xinran
Editora: Companhia das Letras
Ano da primeira publicação: 2003

E vocês, tiveram alguma leitura que mudou seu mundo?

beijos


30-day Book Challenge - Dia 25

Oi, bonitinhos!

O número 25 foi difícil de decidir:


A personagem com quem você mais se identifica


Fanny Logan (The Pursuit of Love, Love in a Cold Climate e Don’t Tell Alfred - Nancy Mitford)

"Porque eu sou uma Lady."
Apesar de falar bastante, eu me considero mais alguém que assiste à vida das outras pessoas do que uma protagonista daquelas de primeira linha. Por isso, eu me identifico bastante com a Fanny Logan, narradora dos romances The Pursuit of Love, Love in a Cold Climate e Don’t Tell Alfred, da Nancy Mitford. Eu não li o último deles, que parece ser sobre a vida da própria Fanny, mas eu gosto do jeito como ela se encanta com a vida das pessoas que a cercam. Essa trilogia da Nancy (em que cada livro pode ser lido independentemente) fala das famílias na aristocracia inglesa antes e depois da Segunda Grande Guerra. 
A Fanny, ao contrário do que parece à primeira vista, não é infeliz por não estar no centro das atenções sempre, mas aparenta estar satisfeita com a vida que leva e as escolhas que fez. É interessante notar que ela conta histórias de quando era moça, como narradora ela já é mais velha, e pode olhar bem criticamente para as ações do passado. Eu me sinto um pouco como ela, quando eu fico escutando as histórias das vidas dos meus amigos, e com essa impressão que ela passa de “ok, a vida tem seus problemas, mas o balanço é positivo”.

Ou não.

Talvez houvessem outras personagens mais parecidas comigo, mas eu não consegui pensar em nenhuma outra. Se vocês quiserem sugerir, eu ia me divertir bastante. Também vou gostar de ler com qual personagem vocês se identificam, então comentem :D

Edições que eu li:




















Título: The Pursuit of Love
Autor: Nancy Mitford
Editora: Penguin Books
Ano de publicação: 1945




















Título: Love in a Cold Climate
Autor: Nancy Mitford
Editora: Penguin Books
Ano de publicação: 1949




















Título: Don't Tell Alfred
Autor: Nancy Mitford
Editora: Penguin Books
Ano de publicação: 1960



beijinhos

30-day Book Challenge - Dia 24

Olá, bonitinhos!

O número 24 é:

Um livro que você deseja que mais pessoas tivessem lido

Carta ao Pai - Franz Kafka


Todas as pessoas do mundo – que fizeram ou não análise – têm que ler esse livro. Primeiro, porque é curtíssimo. Depois, porque todos nós somos filhos, ou pais, ou os dois. E TODOS temos algum tipo de problema com relação à personalidade dos nossos pais. Nesse livro, eles se encontram condensados em menos de cem páginas. Freud ia ter um prato cheio com o Franz Kafka e o seu pai.
O livro é uma carta que Franz escreveu para Herman Kafka buscando esclarecer certos aspectos da relação dos dois (principalmente o medo que ele sentia do pai). Ela é um pouco assustadora na medida em que entendemos o quando o rapaz se sentia oprimido pela existência do outro. No entanto, é uma obra prima de manipulação do leitor – no fim das contas, por um motivo ou outro, você vai sentir pena do Franz. 
Acho que esse livro serve para pensar no modo como nos comportamos e nas cobranças que fazemos aos nossos pais. E para lembrar-nos de que eles também podem ser atormentados pelas mesmas questões que nos perturbam.

Edição que eu li:




















Título: Carta ao Pai
Autor: Franz Kafka
Editora: L&PM
Ano da primeira publicação: 1919


Existe algum livro que deveria ser leitura obrigatória da humanidade para vocês?

beijinhos


30-day Book Challenge - Dia 23

Oi, bonitinhos!

O número 23 tá bem enrolado:

Um livro que você quer ler faz tempo, mas ainda não conseguiu

Anna Kariênina - Liev Tolstói


Minha relação com o Tolstói é uma saga: eu começo os livros dele e paro; me apaixono, mas desisto... Nunca consegui chegar ao fim de nenhum romance desse escritor. Por isso, Anna Karienina e Guerra e Paz são dois livros que eu quero muito ler – e ainda não consegui.
O Guerra e Paz eu comecei uma vez, mas o livro que peguei na biblioteca era tão velho que me fazia espirrar a cada cinco páginas, então eu resolvi devolvê-lo (há uns quatro anos) e não retomei a leitura. Já o Anna Kariênina eu comecei a ler esse ano, cheguei na segunda parte e parei. Não tem jeito que eu consiga recomeçar! Toda vez que eu penso em pegá-lo, alguma outra coisa acontece eu começo a assistir Friends e acabo não lendo. Já desisti... quem sabe ano que vem?

Edição que eu quero ler:





















Título: Anna Kariênina
Autor: Liev Tolstói
Editora: Cosac Naify
Ano da primeira publicação: 1875-1877


E vocês, têm alguma saga desse tipo?

Beijoquinhas


30-day Book Challenge - Dia 22

Oi, bonitinhos!

O número 22 é

Um livro que te faz chorar

A Menina que Roubava Livros - Markus Zusak


"Eu sei que eu tenho um coração. Eu posso senti-lo se quebrar."


Eu sou uma manteiga derretida. Por isso, não é difícil achar um livro que me faça chorar. O último foi o The Fault in our Stars, do John Green, que quase me desidratou. Só que eu escolhi para falar hoje o A Menina que Roubava Livros, do Mark Zuzak, que também me deixou precisando de um isotônico.

"Você está despedaçando o meu coração."

Para quem ainda não leu, esse romance se passa na Alemanha, durante o Terceiro Reich, e a protagonista é uma menina judia que está escondida no porão de uma casa (a história lembra a do diário da Anne Frank), que rouba livros. Quem acaba ficando muito intrigada com esse fato é a Morte, que é quem nos narra a história. A forma do texto é fragmentada: frequentemente a narradora faz pausas para pontuar alguma coisa, ou adianta algo que vai acontecer no futuro. No entanto, isso não impede que a leitura seja fluída e envolvente.

E aí você passa o livro todo assim...

Eu não lembro direto em que parte em eu chorei; várias pessoas morrem afinal, se passa na guerra então é provável que eu tenha chorado várias vezes.  Eu sei que a impressão geral foi muito positiva, e eu estou ansiosa para assistir ao filme que vai sair logo, para poder lembrar melhor da história e chorar tudo de novo.

Isso = eu assistindo o filme.

Edição que eu li:






















Título: A Menina que Roubava Livros
Autor: Markus Zusak
Editora: Intrínseca
Ano da primeira publicação: 2005


Vocês choram quando leem? Em qual livro choraram?

Beijos


30-day Book Challenge - Dia 21

Olá, bonitinhos!

Para o número 21 temos que puxar a memória:


O primeiro romance que você lembra ter lido


O Diário de Lúcia Helena - Álvaro Cardoso Gomes

Eu esqueci o nome do primeiro de verdade. Era “O Diário de (alguém que eu não sei o nome)” e tinha metade do livro virada de cabeça para baixo. Se alguém souber o nome desse livro, por favor me conte! (Notem que eu tinha uma coisa por diários)
O Diário de Lúcia Helena, do Álvaro Cardoso Gomes, foi um romance que eu li quando era bem novinha. Ele conta um ano da vida de uma adolescente, Lúcia Helena, que se apaixona por um rapaz de uma classe social diferente da sua. A história começa com um tom bem leve – a LH é meio fútil no início, super preocupada com um baile (de debutante, eu acho) –, mas acaba de um jeito mais sério (ou pelo menos essa é a minha memória). Eu reli esse livro tantas vezes (e emprestei para uma amiga que também fez o mesmo) que a minha cópia, que já era herdada, ficou detonada.
O romance é bem curto, e eu acho que não pode ser visto como infantil – a temática é bastante adolescente, mas eu era louca por essa história. Ficava horas sonhando que eu era a Lúcia Helena e que namorava o gurizinho com quem ela fugia depois (que tinha um nome composto que eu não lembro).
Talvez eu faça uma releitura um dia desses só para ver o que me causava tanta paixão.

Edição que eu li:





















Título: O diário de Lúcia Helena
Autor: Álvaro Cardoso Gomes
Editora: FTD
Ano da primeira publicação: 1992 (não tenho certeza do ano)

Vocês se lembram do primeiro romance que leram? Qual foi?


30-day Book Challenge - Dia 20

Oi, bonitinhos!

Para o número 20:

“Romance” favorito

A Viajante do Tempo - Diana Gabaldon

A definição do The Free Dictionary para “romance” é: “An artistic work, such as a novel, story, or film, that deals with sexual love, especially in an idealized form.” (Uma obra artística, como romance, conto ou filme, que lide com o amor sexual, especialmente de forma idealizada). É difícil traduzir para o português esse tipo de termo, já que o que usamos aqui serve também para narrativas longas que não têm essas particularidades. De qualquer forma, agora que vocês sabem do que eu estou falando, vou explicar a minha escolha.
Saquem a dica com o mestre Tom Hiddleston

Eu não leio muitos “romances” mais. Quando eu tinha uns quinze anos eu era muito viciada nesse tipo de livro (talvez por causa dos hormônios?), mas depois eu acabei deixando-os de lado. Esses tempos eu resolvi tentar uma dessas leituras de novo, mas eu tive o azar de pegar um livro muito ruim (nem lembro o nome agora). Fiquei com um pouco de medo de reler as coisas que eu costumava gostar e ver que eram, na verdade, péssimas, mas consegui revisitar a série Outlander e... ah, delícia!


Já falei aqui de um livro com essa temática sexual (Cinquenta tons de qualquer coisa) que era horrível, mas a série da Diana Gabaldon é muito boa. Talvez seja justamente por não focar diretamente nesse tema – sexo é uma parte importante do livro, mas não é o assunto focal. O primeiro volume da série, A Viajante do Tempo, tem cenas muito delicadas e de bom gosto, que não são só um arrolamento de partes do corpo que se tocam.
Por falar nisso, queria aproveitar que a gente está falando de “romance” e falar um pouquinho sobre a presença do sexo na literatura. Eu acho que, sem sombra de dúvidas, a descrição do ato sexual não é um elemento indispensável na elaboração de um bom livro. No entanto, eu acredito que seja benéfico que as pessoas leiam textos que apresentem esse tipo de cena. A leitura dá mais oportunidade de se refletir mais sobre certo tema do que um filme, e eu acho que as pessoas precisam pensar mais sobre e explorar mais a sua sexualidade.
Faço, no entanto, uma ressalva: não adianta nada se prender ao que dizem os livros – principalmente quando falamos de “romances”, que idealizam o sexo de maneira desmedida. Ler é bom, incita algumas fantasias e nos faz pensar sobre situações que nós não precisamos necessariamente vivenciar. Não dá para ficar esperando que aquilo que acontece com a Claire e o Jamie vai acontecer com você: estamos na vida real, e se, por um lado, ela é não é tão charmosa quanto a ficção, por outro ela pode ser muito mais espontânea e muito mais gostosa.
Uma última coisa: eu disse que acho importante que as pessoas leiam sobre sexo. Entretanto, é preciso saber que a sexualidade (e a sensualidade) de uma história pode estar muito além do simples ato sexual os vitorianos que o digam. Bons livros fazem com que essa temática surja sem a necessidade da descrição, e a inferência é tão ou mais deliciosa que a abordagem explícita. 


E vocês, tem algum “romance” favorito?

Edição que eu li:























Título: A Viajante do Tempo
Autor: Diana Gabaldon
Editora: Rocco
Ano da primeira publicação: 1991


beijos 

30-day Book Challenge - Dia 19

Oi, bonitinhos!

O número 19 é:

Livro favorito transformado em filme


Reparação - Ian McEwan


Minha primeira opção era falar de Orgulho e Preconceito, a versão de 2005, só por causa daquela cena da chuva que eu amo – porque o resto não é tão bom. Mas como eu já falei desse livro antes, resolvi falar de outro, que também tem a Keira Knightley no elenco. (nota: a Keira Knightley faz todas as adaptações dos melhores livros, mas eu não gosto dela, o que faz com que eu tenha um grande preconceito com várias versões fílmicas de livros que eu goste).



O filme Desejo e Reparação é uma adaptação do romance do Ian McEwan (a tradução do nome do livro para o português é só Reparação). Todas as pessoas que me falam que assistiram a esse filme (e não conhecem muito de literatura), me perguntam se ele não é da Jane Austen. não é galera, se passa no século XX. Entretanto, apesar de estarem confundindo duas coisas bem diferentes, quem faz essa pergunta não está tão errado assim. Eu não sei se foi de propósito ou não, mas a epígrafe do romance é um trecho de um dos livros da Austen, Northanger Abbey, e achei a maneira como os tradutores conseguiram fazer a relação com a obra da Jane bem esperta.  O filme é muito bom, a atuação da Knightley é surpreendentemente boa, mas para mim a melhor atriz do filme é a menina que faz a narradora Briony Tallis, Saoirse Ronan. O James McAvoy também faz um bom Robbie Turner, e a cena da biblioteca faz a gente se abanar de calor.

O livro Atonement foi publicado em 2001, e conta a história de duas irmãs e um rapaz, e de como a vida é complicada (parabéns para mim pelo pior resumo da História). Aviso de utilidade pública: quem não leu o livro, NÃO VEJA O FILME! Vá ler o romance primeiro, porque a história tem uma surpresa no final, e, se você assiste antes (como eu fiz) a experiência perde um pouco do impacto.
Agora, se você, caro leitor desavisado, já viu o filme, leia o livro do mesmo jeito. A narração é fantástica, as personagens são fora de série e o final nos faz ter vontade de sentar num cantinho e chorar baixinho pela dor de todo o mundo – ou pelo menos foi assim que eu me senti.


Leiam e me contem quando isso acontecer para a gente trocar figurinhas.


Edição que eu li:





















Título: Reparação
Autor: Ian McEwan
Editora: Companhia das Letras
Ano da primeira publicação: 2001

Qual a adaptação favorita de vocês?


Beijos

30-day Book Challenge - Dia 18

Olá, bonitinhos!

Número 18:

Um livro que foi desapontador

O Grande Gatsby - F. Scott Fitzgerald



Com a chegada do filme com o DiCaprio, eu resolvi finalmente arregaçar as mangas e me atirar n’O Grande Gatsby. Dei de cabeça no fundo da piscina.

Eu estava esperando uma super emoção, uma história arrebatadora, algo que mexesse comigo e me tirasse o fôlego. Eu queria ser uma dessas pessoas que declara o seu amor pelo Gatsby na intenet mentira. Só que não rolou uma química entre mim e o livro do Fitzgerald. Eu gostei muito mais dos contos dele do que do romance. Apesar de não achar a história nem a escrita ruins, também não vi nada de mais. Tenho a impressão que contos como “The Cut-glass Bowl” ou “The Camel’s Back” tem um efeito muito mais intenso e criam uma imagem muito mais marcante do que a história da Daisy Buchanan.
Quem sabe em uma próxima leitura eu e o Gatsby tenhamos um amor mais forte, hein, old sport?

"Você não pode repetir o passado" "Não posso repetir o passado?"

Edição que eu li:

Título: The Great Gatsby
Autor: F. Scott Fitzgerald
Editora: Callender Press
Ano da primeira publicação: 1925

E vocês, qual livro acharam desapontador?


Beijinhos